DESCRIÇÃO

O projeto Espectroscopia de raios X de ultra-elevada precisão de óxidos de metais de transição e terras raras corresponde a um estudo aprofundado de física fundamental com amplas aplicações na indústria e em diversas áreas científicas. 

O objetivo principal é a construção de um espectrómetro de precisão para realizar medições extremamente apuradas em condições de matéria extrema, como iões altamente carregados e átomos exóticos. 

Para tal, desenvolve-se uma base de dados abrangente de formas espectrais de óxidos de metais de transição e terras raras,  crucial para a calibração de detetores em observações astronómicas e outras aplicações científicas.

Nesta área de trabalho, é essencial obter dados extremamente precisos que possibilitem a calibração dos instrumentos avançados de medição, tendo em consideração que os elementos que são medidos são assimétricos.

A construção de um espectrómetro com estas características permite aos investigadores autonomia relativamente a laboratórios estrangeiros. 

TRÊS LIÇÕES APRENDIDAS

Idealizar a forma de recolha dos dados

Uma das lições mais importantes aprendidas com este projeto foi a necessidade de dedicar mais tempo à criação de cenários sobre a forma de organização dos dados e a sua forma de partilha. Dada a precisão exigida na recolha, era essencial optar por uma organização dos dados precisa, mas simultaneamente fluída para que os datasets pudessem vir a ser usados em diferentes contextos.

Inicialmente, não foram considerados adequadamente os formatos e a hierarquização dos dados, o que resultou em dificuldades significativas na fase final de partilha. Esta experiência sublinhou a importância de um planeamento meticuloso desde o início do projeto, garantindo que todos os dados sejam estruturados de maneira lógica e acessível.

Normalização dos Metadados

Normalizar os metadados é tão importante para o processo científico quanto o tratamento dos próprios dados e só assim é possível garantir a interoperabilidade entre os diversos stakeholders

A normalização dos metadados assegura que os dados possam ser compreendidos e utilizados de forma eficiente por todos os envolvidos, independentemente de suas áreas de especialização.

A ausência de uma descrição clara e consistente dos metadados obsta à utilização dos dados por outros investigadores, destacando-se a necessidade de estabelecer e aplicar padrões rigorosos de documentação. 

Formação contínua em Gestão de Dados de lnvestigação

A sobrecarga de trabalho e a falta de tempo para formação resultaram em inconsistências na forma como os dados foram geridos e partilhados. Esta lição enfatiza a necessidade de um compromisso contínuo com a cultura da Ciência Aberta e a formação em boas práticas de gestão de dados, garantindo que todos os membros da equipa estejam atualizados e capacitados para lidar com os desafios associados à gestão de grandes volumes de dados.

TRÊS DESAFIOS FUTUROS

Visualização e Análise de Dados

Um dos desafios futuros mais prementes é desenvolver ferramentas que permitam a visualização e análise estatística básica dos dados diretamente no site onde a base de dados está partilhada. Isso facilitará a utilização dos dados por diferentes stakeholders sem comprometer a flexibilidade necessária para análises mais complexas. A criação de interfaces intuitivas e acessíveis para a visualização de dados é essencial para maximizar o valor dos dados recolhidos e promover a colaboração entre diferentes áreas de pesquisa.
 

Motivação da Equipa, mudança de mentalidade e organização do tempo

É imprescindível motivar a equipa a focar-se não apenas na aquisição e análise inicial dos dados, mas também na partilha e estruturação dos dados de forma que possam ser amplamente utilizados no futuro. 

Isso requer uma mudança de mentalidade e uma melhor gestão do tempo, promovendo uma cultura de colaboração e partilha de conhecimento. Cabe ao investigador principal, também, incentivar a equipa a ver o valor a longo prazo da organização e partilha de dados para o sucesso contínuo do projeto. 

Sustentabilidade dos Repositórios de Dados

Garantir a sustentabilidade dos repositórios de dados a longo prazo é um desafio crítico! 

É necessário desenvolver políticas e estratégias robustas para preservar os dados ao longo do tempo, evitando a perda de informação valiosa devido a mudanças políticas ou tecnológicas. A implementação de práticas de arquivo e backup, bem como a busca por financiamento contínuo, são essenciais para a manutenção da integridade dos dados. A sustentabilidade dos repositórios de dados assegura que a informação recolhida permaneça acessível e útils para futuras gerações de investigadores. 

CINCO QUESTÕES SOBRE GDI

Como define, implementa e avalia as práticas de gestão de dados de investigação?

As práticas são definidas com base em princípios FAIR, implementadas através de templates de DMPs (Data Management Plans) e ferramentas de repositório, e avaliadas com checklists internas e feedback dos parceiros. 

Na página web onde os dados poderão ser acedidos irão existir ferramentas de visualização com possibilidade de análise em pequena escala (testes estatísticos, etc…) e os stakeholders terão possibilidade de visualizar estatísticas de utilização dos dados.

Quais os principais benefícios dessas práticas?

Estas práticas permitem a preservação a longo prazo dos dados, facilitam colaborações internacionais e aumentam o impacto e reutilização dos resultados, bem como a possibilidade de maior número de citações para os autores dos dados.

Em que medida a gestão de dados de investigação contribui para a otimização do processo de investigação?

Os ganhos são evidentes e extensos, mas podem sistematizar-se no contributo para uma investigação mais eficiente, com dados bem organizados e documentados desde o início,  resultando assim numa redução de  erros e duplicações.

Que vantagens e condicionantes aponta na partilha de dados de investigação?

As principais vantagens são a reprodutibilidade e impacto que a partilha de dados de investigação proporciona. 

As condicionantes centram-se na a sensibilidade inerente a alguns dados e os recursos necessários para curadoria e anonimização, sem sempre existentes em quantidade suficiente.

De que forma os diferentes atores envolvidos no processo de investigação estão comprometidos com a gestão de dados de investigação?

Os investigadores seniores e técnicos já trabalham com a gestão de dados de investigação há muito tempo e, em projetos, de grande envergadura, com parceiros externos, estão fortemente comprometidos com a aplicação das melhores práticas.

Contudo, é necessário que haja um maior envolvimento de estudantes e colaboradores menos experientes. E a formação contínua é, aqui, um aspeto essencial.

Como utiliza a física fundamental dados de investigação? 

Porque é tão relevante a precisão dos dados? 

Quais as preocupações dos investigadores com os metadados?

Sem formação adequada existem boas práticas?

PROJETO

Ultra-high-accuracy X-ray spectroscopy of transition metal oxides and rare earths

 

ENTIDADES

INVESTIGADOR
ENTREVISTADO

O INVESTIGADOR
RESPONDE

(Vídeo disponível em breve) 


CINCO QUESTÕES SOBRE GDI

Domínios

Ciências naturais

Engenharia e tecnologia

Etapas do ciclo de vida dos dados

Planeamento

Preservação

DATA DE RECOLHA

Maio de 2025

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(disponível em breve)